Nada de paredes e cavaletes. A artista plástica Helena Manzan montou um ateliê natural às margens do médio rio Araguaia, em viagem a Goiás e Mato Grosso.
O suporte para o entrelaçar de fios de lã, que lembram as teias da aranha, foi feito na própria natureza e o chão serviu para dispor o papel e as tintas. O resultado, registrado em uma exposição fotográfica, pode ser visto nesta quarta-feira (14) no Bloco 2 D do Campus Umuarama.
A artista plástica acompanhou, entre os dias 27 de agosto e 4 de setembro, uma equipe de alunos e professores do curso de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Uberlândia (UFU).
Enquanto os pesquisadores faziam os estudos sobre jacarés, peixes e tartarugas, Manzan também fazia suas pesquisas, intervenções e fotografias. “Tem fotos lindas, de cipós, da sangria de um jacaré que foi dissecado pela equipe, piranhas, rastros de aves. Ainda vou mostrar um vídeo e uma instalação com as batidas do coração do jacaré”, disse a artista.
Parte desse trabalho vai ser apresentado em exposição na Sibéria (Rússia), em setembro de 2012, e em novembro ganha o Aeroporto Leonardo Da Vinci, mas conhecido como Aeroporto Fiumicino, em Roma.
Ainda está previsto, para o próximo ano, o lançamento de um livro na Itália, onde Helena Manzan reside, desde 1998. Será uma espécie de enciclopédia sobre as técnicas da artista conhecidas como Archetyp’art, citada pela primeira vez em 1994 na Ilha de Rèunion na França, como forma de valorizar a verdade da arte utilizando-se da simbologia dos lugares.
Participa do lançamento o professor André Quagliatto, responsável pelo setor de animais silvestres do Hospital Veterinário da UFU, que coordenou a viagem e como Helena Manzan, também é descendente de italianos. “No início, quando ela me procurou, não entedia como poderia ajudar. A obra dela precisa de observação e hoje consigo ver as texturas da pele dos animais, a anatomia”, disse o doutor.
SERVIÇO: A exposição fotográfica, com vídeo e instalação de Helena Manzan poderá ser vista a partir de quarta-feira (14), das 8h às 18h, no corredor central do andar térreo do Bloco 2 D, no Campus Umuarama da UFU. Os trabalhos devem ficar no local até dia 25 de setembro. A entrada é franca.
Lembranças dos pés descalços
Neta de italianos, nascida na zona rural de Tupaciguara (MG), em uma casa sem portas, Helena Manzan nunca encontrou barreiras para desenvolver as artes plásticas. Graduou-se em Artes Visuais em 1994, pela UFU. No mesmo ano surgiu na França o Archetyp’art, estilo do qual ela é adepta.
Sempre ligada à natureza, desde a infância, quando subia em pés de frutas e andava com os pés descalsos, as obras da artista sempre se associaram a animais e a vegetação. Antes de uma forma mais explícita, como a tela com o cavalo Mangalarga, comprada há 23 anos por Pelé em uma das edições do Camaru, até agora, de uma forma mais abstrata e contemplativa.
Desde 1998, Manzam mora em Molise, na Itália, é há um ano é hóspede de honra da família real De Iorio Frisari, em um castelo construído em 1.400, onde é o atelier da artista.
Dia 26 Mazan fará parte da 54º Bienal de Veneza e suas obras estarão estampadas no catálogo do evento, ao lado de 2 mil artistas de vários países. Saiba mais sobre o trabalho da artista mineira no

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